Bastardos Inglórios

19/09/2022 16:50
Ísis Mota

Confira, abaixo, a produção da aluna do 3º ano A, Ísis Mota.

 

Durante a Segunda Guerra Mundial, na França, um grupo de soldados judeu-americanos conhecidos como "Os Bastardos" não mostram piedade com os nazistas que encontram pela frente e tentam por em prática um plano arriscado para colocar um fim na guerra. Enquanto isso, Shoshanna, uma jovem judia, encontra uma oportunidade única e imperdível de se vingar daqueles que acabaram com a vida de sua família, fazendo um evento em seu cinema que reunirá os principais líderes do partido.

 

Ao resumir a sinopse do filme a essas frases, a trama até pode parecer simples, e, de fato, é simples! A trama propõe um contra-golpe aos nazistas com protagonismo dividido. Mas o cineasta Quentin Tarantino tem um talento em fazer suas histórias parecerem mais complexas do que realmente são ao adicionar elementos da realidade, conversas cotidianas e reviravoltas até ele conseguir chegar aonde ele realmente quer. Porém, o diretor tem um dom tão estremado ao usar esses elementos que consegue nos hipnotizar e prender a cada palavra dita. Além disso, ele cria tensão usando um recurso não muito comum: a conversa, e se tem uma coisa pela qual os filmes de Tarantino sempre serão bem lembrados, além da violência, são os diálogos bem construídos e hipnotizantes! E, sem nunca parecer destoante, o filme mistura, com excelência, elementos reais a outros mais absurdos ao retratar um período histórico com tantas liberdades criativas. Além disso, o filme tem muitas conveniências dramáticas e coincidências, o que ,normalmente, seria apontado como um defeito, mas, em Bastardos Inglórios, se tornam méritos graças ao domínio narrativo do Tarantino, esses acasos, na mão de um diretor que não sabe contar uma história com destreza, poderia colocar tudo a perder no filme, porém, Tarantino é o completo oposto disso, ele é um gênio em contar histórias.

 

Normalmente, os filmes americanos que retratam a Segunda Guerra Mundial usam de um recurso muito pouco eficiente: todos os personagens, independente de sua nacionalidade, falam inglês, e, quando são estrangeiros, são quase sempre retratados com sotaques bem fajutos. Então, sabendo da não eficiência desse método, quando Tarantino decidiu fazer um filme sobre esse período histórico, tomou a sábia decisão de fazer cada personagem falar seu idioma nativo, o filme possui quatro idiomas: inglês, francês, alemão e italiano.

 

Além disso, o elenco do filme é internacional, e o diretor demorou muito tempo para selecioná-lo, pois não conseguia encontrar um ator que estivesse à altura do personagem Hans Landa, o vilão do filme. Visto à complexidade do personagem, o carisma necessário para interpretá-lo e, além disso, a obrigação de falar todas as quatro línguas presentes no filme, Hans Landa parecia ser um personagem impossível de ser interpretado, até que Christoph Waltz fez o teste. Sua atuação lhe concedeu um Oscar como ator coadjuvante, e é praticamente senso comum de que Hans Landa é o melhor personagem já escrito por Tarantino, e o conjunto desse personagem com a atuação impecável de Waltz resultou em algo muito, muito especial que, provavelmente, não veremos mais na filmografia do diretor.

 

A maioria das pessoas consideram Pulp Fiction o melhor filme do diretor, mas eu discordo completamente, “Bastardos Inglórios” é sua obra-prima, uma obra completa e sem falhas que nos prende da primeira à última cena, muito bem atuada. O filme é uma reescritura da história real onde se mistura drama, suspense, comédia, violência e diálogos sensacionais, o diretor não escreve apenas roteiros, mas sim, pura literatura, e, como um apaixonado pela sétima arte, nos proporciona algo sensacional tanto na leitura, quanto nas telas. Quando penso nesse filme, não me lembro dele como um todo, penso nas cenas singularmente, quase como uma unidade, e não como coisas que fazem parte de um conjunto. Apesar de ser um filme popular lançado há apenas treze anos, acredito que “Bastardos Inglórios” será considerado um grande clássico do cinema e será estudado por muitas gerações.

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